domingo, 31 de agosto de 2014

O coração de um Soldado - Two.



Três meses depois...
Outono. Uma das milhas estações favoritas. Lembro-me de quando era menor, costumava a brincar no quintal de casa com as folhas secas que mamãe juntava de manhã. Lembro-me perfeitamente que sempre copei Marco, quanto a mim e Asthon riamos do pobre coitado levando aquela bronca.
Esse outono não foi para mim. As folhas das árvores não caiam por simplesmente cair, elas caírem em sinal de luto. Em tristeza, elas caíram assim como a minha alegria de viver. Normalmente estaria debaixo da árvore que temos em frente de casa, ou estaria no balanço vendo o vento dançar com meus cabelos, estaria ouvindo o canto mais bonito dos pássaros, admirando o quão a natureza é linda nessa época.
Mais não. Não estou fazendo nada disso. Não estou na árvore, muito menos na cozinha com minha mamãe.
Estou em cima de um pufe preto, feito uma estátua, apavorada com alfinetes que a Margo pregava e acima de tudo com medo.
A dois dias atrás meus pais apareceram em meu quarto logo depois do jantar. Mamãe tinha feito meu prato favorito, frango com batata e papai contou a história de como eles se conheceram. Marco se quer apareceu nesse dia - depois entendi o porquê.
- Filha temos uma coisa para lhe contar - pelo tom de sua voz vi que não era boa coisa - Você sabe que nos te amamos muito não sabe? - apenas concordei - E que queremos o melhor para você, certo? - concordei de novo - Filha sua mãe e eu achamos melhor... Bem... Nos dois decidimos que o certo a fazer é você se casar.
Eu gritei, eu chorei, não falei com eles um dia inteirinho. Mais nada adiantou. Marco me pôs para dormir nesse dia, ele também sabia do casamento e não ficou em casa, pois não queria me ver sofrer.
Sei que parece bem infantil quando se fala só que naquele momento tudo que mais desejei era ser criança outra vez.
Olhei no espelho a minha frente com lágrimas nos olhos. Não queria que fosse assim, não desse jeito. Ser forçada a algo. Pode parecer mais uma vez infantil, mas eu não sem ao menos com quem irei me casar.
O vestido era longo, as mangas eram rendadas assim como todo o vestido. Meu cabelo estava solto com cachos nas pontas, o véu ia à altura dos meus ombros. O salto branco da mamãe estava um pouco largo para mim, eu não iria trocar, o outro era tão grande... A sombra bege, e um gloss nos lábios.
Estava pronta.
- Você está tão linda - falou Morga a mulher que fez o vestido. Forcei um sorriso. 
- Está na hora. - Marco disse entrando.
O carro já estava nos esperando. Mamãe foi no banco da frente e Marco e papai foram comigo atrás. 
Recusei a olhar para eles. A viagem todo fui admirando o céu laranja, o sol já estava se pondo deixando aquela vista ainda mais linda.
Meu coração parou quando chegamos à igreja. Sentia meus olhos queimarem mais uma vez, engoli em seco e desci do carro.
- A noiva chegou! - ouvi alguém gritar do lado de dentro.
As portas se abriram no momento e que a música começou a tocar. Não tinha escapatória. Respirei fundo e entrei acompanhado de papai. Os três primeiros passos foram de cabeça baixa. Será que todos ali sabiam que tudo era armado? Será que todos ali sabiam que era um casamento arranjado?
Olha vejam! Eu, uma garota de dezessete anos casando, sem amor, sem vontade. E eu pensei que isso nunca iria ocorrer comigo. Que poderia acontecer com todas as filhas dos amigos do meu pai, menos comigo.
Fechei os olhos com força e prendi a respiração, sendo egoísta ao ponto de querer todo o ar daquela igreja pra mim. Levantei os olhos. 
Foi como se tudo tivesse parado. Na verdade eu realmente parei, por alguns segundos. Lá estava ele, parecendo um príncipe, aqueles das histórias de mamãe, seu uniforme de militar era azul marinho, minha cor favorita, as medalhas em seu peite, sapatos pretos, segurando seu peque. Seu cabelo estava cortado e por alguma razão aquilo doeu em mim, onde estava os leves fios foram do chapéu?
Seus olhos estavam tão verdes. Tão intensos. Ele parecia tão surpreso quanto eu. Um sorriso tímido escapou de meus lábios, eu mal entendi como, mais ele sorriu de volta.
- Cuida bem dela. Cuide bem dessa joia.
- Sim senhor irei cuidar e protege-la com minha vida.
Após um comprimento de mão papai se virou para mim. Segurou minhas mãos e depositou um beijo em minha testa.
- Eu sinto muito - sussurrou - Eu te amo Barbara.
Todos sentaram e o padre começou a falar. Não prestei atenção em nada que ele dizia, concordava com que perguntava tudo que mais queria era acabar logo com isso.
Uma menina muito linda entrou com segurando uma cestinha. Seu vestido era azul claro, aparentava ter a minha idade e tinha o mesmo sorriso. Foi quando percebi que a igreja toda estava decorada de azul, com flores vermelhas e brancas.
- Se alguém tem algo contra a esse casamento, fala agora ou calasse para sempre - ninguém disse se quer uma palavra. Quanto a mim quis correr pela aquela porta, dizer que tudo foi um mal entendido e que não era a noiva certa. - Pois bem - continuo - Vamos falar sobre o amor. O amor é muito mais do que abraços, é muito mais do que beijo. Assim como um casamento, um matrimônio, algo totalmente serio. É mais do que uma noite, é mais do que um dia. Um casamento sem amor não é casamento - aquelas palavras me atingiam de certa forma, tão forte, tão matadora - Vocês estão dispostos a assumir esse amor? De honrar esse matrimônio? - Assentimos. - Harold Edward Styles, aceita Barbara Martin Irwin como sua legítima esposa? Promete ama-la, respeitá-la e proteger vosso amor, por todos os dias de sua vida, até que a morte os separe?
Harry olhava bem nos meus olhos. Suas íris ultrapassavam o meu olhar. Sua mão tocava a minha, segurando  minha mão esquerda, respondeu, calmo e doce :
- Sim.
- E você, Barbara Martin Irwin, aceita Harold Edward Styles como seu legítimo esposo ? Promete amá-lo, respeitá-lo e cuidar de vosso amor, por todos os dias de suas vidas até que a morte os separe  ?
Com a voz folha respondi:
- Sim.
- E com o poder dado a mim, de Deus, perante a santa igreja , eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.
Harry passou as mãos em minhas bochechas antes de se aproximar e grudar seus lábios nos meus. Eram quentes e macios. Meu primeira beijo. Meu primeiro contato com algum menino. Senti meu estômago queimar, minha mão formigar, minhas pernas estavam ficando bambas. Não foi rápido, não foi demorado. Mais levou o tempo que deveria ter levado.
O tempo o quão senti pela primeira vez, me senti tão amada - mesmo que sendo um amor falso.



Notas: Você entrocara essa fic Aqui também.
Lembram de Secret Life ? Então irei apagar , pois não esta rendendo aqui , ficara guardada apenas.
Não esqueçam de comentar
@bordelh0ran 

9 comentários:

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