sábado, 13 de setembro de 2014

O coração de um Soldado - Six.


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Assim como eu, Harry encarou o envelope branco. Ele estava certo, não tinha remetente e sim , e apenas meu nome escrito a mão. Estava tão perfeito a letra, que julguei ser de uma menina, fazia lembrar muito de minha mãe, mais estamos falando de 1914, onde mulheres não tem direito a nada, nem mesmo na escrita.
Peguei o envelope insegura sobre o que fazer com ele. Um nó se formou em minha garganta. Agradeci deixando a linha e a agulha de lado, pedi licença e subi até o quarto.
Encarei por um bom tempo p papel quase sem vida a minha frente. Com medo e acima de tudo com muita vergonha, guardei a carta em uma das gavetas onde guardei algumas roupas e peças íntimas.
Quando voltei para a sala, Harry estava no mesmo lugar. Aqueles papéis pareciam realmente  importantes. Ri ao perceber que ele usava óculos de grau, comparei ele mais uma vez com meu pai, ao julgar o óculos bem parecido.
Pelo um lado fiquei contente em saber que algumas coisas eram parecidas e não teria dificuldade em me adaptar.
- Você poderia fazer mais um pouco de chá pra mim ?
- Claro.
Me atrapalhei um pouco com as panelas, eram muitas, além que eu não sabia onde estava as coisas. Tentei memorizar aonde  mantimentos ficavam, especialmente os chás de Harry.
- Obrigado.  - sorri.
- O que você está vendo ? - perguntei contornando sua cadeira.
- Alguns papéis do batalhão. Prejuízos, gastos, nomes de soldados.
- Os que morreram ? - estremeci.
- Também - suspirou - Hm, gostaria de me ajudar ? - perguntou inocente.
Abaixei a cabeça não sendo capaz de olhar diretamente para ele. Minhas mãos começaram a soar. Sentia meu coração acelerar e parar, e depois acelerar e parar de novo. Nessa mesma sintonia. Várias vezes.
- Falei algo que não devia ? - perguntou tentando encontrar meus olhos. - Barbara ?
- Bem, não é que ... - derrotada pela vergonha e sem saído resolvi contar um dos meus maiores segredos,talvez o único - Eu não sei ler -falei baixo, tão baixo que o mesmo não ouviu e pediu para eu repetir - Eu não sei ler.
Não ?
Harry virou sua cadeira de um modo que ficasse de frente comigo. Me olhando com pena e confusão, ele se levantou da cadeira pegando minha mão, fazendo-me sentar aonde o mesmo estava.  Não contia minha ansiedade misturada com o nervosismo de pensar o que ele iria fazer.
- Sabe escrever seu nome ? - fiz que não com a cabeça - Vou te ensinar.
Harry pegou uma de folhas e virou uma ao lado inverso. Primeiro ele escreveu, em um letra um tanto grande e arredondada. Segurando firme minha mão, ele coordenou meus próprios movimentos. A letra saiu horrível, mais não me importei, pela primeira vez na vida eu escrevi meu nome.
A alegria tomou totalmente conta de mim. Olhei aquele papel com Barbara escrito e não pude estar mais feliz.
- Sua vez.
Repeti o processo mais umas cinco vezes. Rindo feito uma idiota com um sorriso mais bobo ainda no rosto.
Não tinha palavras para descrever e agradecer Harry. Foi algo tão simples, um gesto tão inocente, mas que completou todo meu interior.
- Você gostaria de aprender a ler ? - perguntou um pouco próximo a minha orelha. Assenti - Então, irei te ensinar a ler e escrever.
- SERIO ? - gritei - Desculpa - rimos - Mais é serio mesmo Harry ? Você vai me ensinar a ler e escrever ?
- Sim.
Jura de dedinho- ele riu. Corei - Asthon e eu sempre jurávamos de dedinho - dei de ombros.
- Tudo bem, juro de dedinho.



Notas:  Os capítulos não serão (algumas vezes) longos, pois estou escrevendo no wattpad. Comentem  ♥
@bordlh0ran

7 comentários:

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